Quarentena na cidade de SP vai ser prorrogada com restrições mais rígidas, diz secretário
Edson Aparecido disse que Bruno Covas já tomou a decisão de que não tem "como relaxar nas medidas de isolamento". Notificações da doença passaram de 812 por dia para 3.400 na última semana.
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A cidade de São Paulo terá a quarentena prorrogada após o dia 10 de maio e vai adotar restrições mais rígidas para impedir o avanço do coronavírus na cidade. Nesta quarta-feira (29), a cidade registrava 1.456 mortos pela doença.
"Já há uma decisão tomada, nós não temos como relaxar as medidas de isolamento a partir do dia 10 de maio. Na capital é absolutamente impossível fazermos isso, ao contrário, nós estamos iniciando uma discussão na prefeitura para que a gente possa fortalecer algumas dessas medidas para que a gente consiga fazer com que o isolamento na cidade possa crescer desse patamar de 48%", afirmou o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido.
A partir do dia 11 de maio, o governo do estado deve flexibilizar o funcionamento do comércio em algumas regiões em que há poucos casos da Covid-19.
Entre as novas restrições, a Prefeitura de São Paulo deve bloquear algumas vias da cidade. "Você faz um processo de bloqueio e você reduz muito [tráfego] fazendo com que as pessoas se desestimulem a sair de casa, sobretudo nas regiões onde a pressão no sistema de saúde tem aumentado continuamente", disse Aparecido. Entre as regiões que devem ter os bloqueios estão Brasilândia, no extremo Norte da capital. O distrito de Brasilândia registra o maior número de mortos da cidade, com 81 mortes até o dia 24 de abril.
Aumento de notificações
Com isolamento social em torno de 48% nos últimos dias, a cidade de São Paulo teve um aumento significativo de novos casos confirmados da doença, passando de uma média de 812 notificações por dia para 3.400, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
“Se nós acrescentarmos ao número de mortes confirmadas, as mortes suspeitas, nós ultrapassamos 3.100 pessoas na cidade, o que é bastante grave. E, nos últimos 4, 5 dias, houve uma mudança significativa dos números a partir de sexta-feira (24). Do dia 26 de fevereiro, quando teve o primeiro caso na cidade até o dia 23 de abril, nós tivemos 45.518 notificações, uma média de 812 notificações por dia. Em apenas 3 dias, dia 24, 25 e 26 [de abril], isso saltou para 56 mil notificações. Ou seja, nós saímos de 812 para pouco mais de 3.400 notificações por dia", afirmou Edson Aparecido.
A falta de adesão da população ao isolamento social preocupa o governo, já que o reflexo da contaminação pode ser refletido em uma média de 10 a 15 dias, quando deve ser registrado o pico da doença no mês de maio. Com o aumento repentino de casos de coronavírus na cidade, o sistema de saúde fica sobrecarregado e não consegue absorver novos pacientes.
"Isso significa que nós estamos começando de uma maneira muito acelerada o processo de disseminação da doença na cidade e obviamente seus óbitos. Não há menor sombra de dúvida que definitivamente nós iniciamos a subida dessa chamada curva em uma velocidade muito acentuada", argumentou.
Para o secretário, o isolamento social em São Paulo fez com que a doença demorasse mais para chegar ao interior do estado.
Bairros com maior números de mortes até 24 de abril:
Brasilândia (Zona Norte) - 81 mortes
Sapopemba (Zona Leste) - 77 mortes
São Mateus (Zona Leste) - 58 mortes
Cidade Tiradentes (Zona Leste) - 51 mortes
Vila Nova Cachoeirinha (Zona Norte) - 50 mortes
Sacomã (Zona Sul) - 50 mortes
Freguesia do Ó (Zona Norte) - 47 mortes
Capão Redondo (Zona Sul) - 46 mortes
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