Prefeitura de SP lança edital de R$ 60 milhões para reforma do Minhocão; Plano Diretor prevê desativação do elevado até 2029
Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), o objetivo da reforma é prolongar a vida útil do elevado. O Plano Diretor da cidade, no entanto, prevê que a estrutura seja demolida ou transformada em parque.
A Prefeitura de São Paulo marcou para o dia 20 de setembro a abertura das propostas do edital de R$ 60 milhões para reforma de conservação do Elevado Presidente João Goulart, o Minhocão, no Centro da capital.
Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), o objetivo da reforma é retomar a integridade, a capacidade estrutural e funcional e prolongar a vida útil do elevado. O Plano Diretor da cidade, no entanto, estabelece que a estrutura seja desativada para carros até 2029.
Em 2020, a Câmara Municipal de São Paulo aprovou um Decreto Legislativo 93/2019 que prevê a convocação de um plebiscito para consultar os paulistanos sobre o destino do Minhocão. As opções seriam a transformação completa do espaço em um parque público, a transformação parcial ou ainda a demolição total da via.
A reforma deixa questões em aberto, como onde será instalado o canteiro de obras, já que muitos moradores em situação de rua vivem embaixo do elevado. Uma decisão recente do STF impede a retirada de barracas por parte do poder público.
Outra questão é sobre o impacto no trânsito, já que alguns acessos devem ser bloqueados. As obras também afetarão o uso recreativo do Minhocão aos finais de semana, quando fica aberto para atividades de pedestres e ciclistas.
Sobre o impacto no trânsito, a Prefeitura afirmou que os serviços serão programados preferencialmente para horários de menor tráfego, inclusive aos finais de semana. A gestão não respondeu sobre a montagem do canteiro e os impactos para quem usa o minhocão como área de lazer.
Infiltrações e rachaduras
Inaugurado em 1971, o Minhocão nunca foi reformado. Um relatório técnico contratado pela SPobras, da Prefeitura, concluiu que a estrutura com "fissuras diagonais presentes nas vigas".
O relatório também diz que "ocorre o acúmulo de umidade e lodo sem a presença de piso antiderrapante na região dos apoios, criando condições de derrapagem no entorno dos pilares onde está implantado ciclo faixas sem guarda-corpos". Os técnicos ainda avaliam a durabilidade como ruim já que os danos estruturais provocam a "diminuição significativa da vida útil da estrutura".
O relatório tem 853 páginas e um grande registro fotográfico dos problemas do elevado, como pontas de aço expostas, uma armadura visível e corroída em pontos da laje, e ainda concreto decomposto com material exposto.
"Tá abandonado, como o Centro inteiro. Tá bem precário, bastante rachadura, vaza muito, na parte de baixo dá pra ver quando chove", diz a advogada Rita Tojo.
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