Confirmados como pré-candidatos à Prefeitura de SP, Nunes e Boulos 'seguram' escolha de vice e decisão ficará para 2024
Em busca da reeleição, prefeito articula chapa com PL e busca apoio de governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). Com apoio do PT, deputado federal do PSOL tem se reunido com empresários e feito caravanas pela cidade para mobilizar militância.
A um ano das eleições municipais de outubro de 2024, os dois pré-candidatos melhores colocados na Pesquisa DataFolha devem decidir os nomes para vice na chapa apenas em 2024. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem dito em eventos e agendas públicas que está focado na gestão e investimentos em áreas como zeladoria, habitação e saúde, mas nos bastidores tem investido na costura de apoios para o ano que vem.
Já o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) formalizou o apoio do Partido dos Trabalhadores na capital em 5 de agosto. Esta será a primeira vez que o PT não terá candidato próprio na capital paulista e, pro acordo, PT fará a indicação do candidato a vice na chapa.
Pelo acordo, o PT fará a indicação do candidato a vice na chapa - o nome ainda não definido. A formalização da pré-candidatura de Boulos para a chapa PSOL-PT é considerada por integrantes dos dois partidos como o principal marco até o momento da campanha eleitoral de 2024.
Costura de apoios
Com 32% das intenções de voto, Boulos tem feito caravanas pela capital paulista e debates internos com a militância do PT. A ideia é percorrer, até o começo do próximo ano, 32 subprefeituras, incialmente na periferia.
Segundo assessores e interlocutores, Boulos vai tentar, em todas as regiões, conversar com críticos, para tirar a pecha de militante, radical e “invasor de propriedades”, como é pintado por adversários políticos.
Além disso, o pré-candidato de esquerda aposta no apoio do ministro da Economia Fernando Haddad (PT) para se aproximar do empresariado. Haddad o acompanhará em eventos nas próximas semanas pela capital paulista.
Segundo o presidente municipal do Partido dos Trabalhadores, Láercio Ribeiro o foco neste momento é organizar a pré-campanha, com um cronograma que termina em janeiro. A discussão sobre o nome do vice começará oficialmente em fevereiro.
Entre os possíveis nomes estão Ana Estela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde, Juliana Cardoso e Rui Falcão. Dirigentes do PT e do PSOL, no entanto, afirmaram ao blog que oficialmente nenhum nome foi debatido.
Em busca da reeleição, Nunes aparece em segundo lugar na Pesquisa DataFolha, com 24% das intenções. Em agendas oficiais, o prefeito tem afirmado que o PL vai apoiá-lo, mas ainda não teve o aval do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, nem do ex-presidente Jair Bolsonaro, para a definição de quem deve compor sua chapa. A preferência do prefeito ao PL se dá, em boa medida, ao tempo de TV que a sigla terá no ano que vem.
O emedebista também costura para a legenda formada por PL, Republicanos, PP, União Brasil, PSD, PSDB, Cidadania, Podemos, além do MDB, e tem dito a pessoas próximas que aguarda publicamente o apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aliado a Bolsonaro. Em agendas conjuntas com Nunes, Tarcísio tem feito elogios ao prefeito e usado o discurso de que estado e Prefeitura precisam trabalhar e estar juntos.
Para o presidente do diretório municipal do PL, vereador Isac Félix (PL), o PL não pretende lançar candidato próprio para as eleições municipais na cidade de São Paulo e apoiará Ricardo Nunes. Sobre a escolha do vice, Félix afirma que o objetivo é encontrar um nome que - sendo do PL ou não - crie identidade com o eleitorado da capital e aglutine votos para a chapa. Para ele, no entanto, não há necessidade de definir o nome neste momento.
Pré-campanha na TV
Os principais pré-candidatos à prefeitura de São Paulo vão usar as próximas propagandas partidárias na televisão para ganhar visibilidade e começar a intensificar as pré-campanhas.
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) apareceu desde setembro em três inserções do partido e apresentará uma página que será usada para tentar neutralizar o principal oponente na disputa, o prefeito Ricardo Nunes.
O objetivo do “Movimento Salve São Paulo” é ouvir a população sobre problemas da cidade, por meio de vídeos e relatos. A estratégia será associar as queixas a Nunes e, com isso, em vez de criticá-lo diretamente, deixar a função a cargo dos paulistanos.
Boulos também buscará uma nacionalização da campanha, mostrando a proximidade com o presidente Lula (PT) e entregas do governo federal e associando Nunes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e também aposta nas caravanas pelas 32 subprefeituras da cidade.
O deputado contratou Lula Guimarães para comandar a campanha. Guimarães foi responsável pela campanha de João Doria em 2016 e também trabalhou nas campanhas de Soraya Thronicke (União) em 2022, de Geraldo Alckmin (PSB) em 2018 e Eduardo Campos e Marina Silva (Rede) em 2014.
Já o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, gravou as próximas peças publicitárias, que começarão a ser veiculadas em 13 de novembro na televisão. A ideia dele é apostar na mensagem de que governa para todos os paulistanos, para se firmar entre os eleitores de centro e de direita. A campanha de Nunes é liderada pelo marqueteiro Duda Lima, que trabalhou na campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2022.
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