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108 dias de calorão: 2023 foi o 2º ano mais quente da história na cidade de SP, diz Inmet

 Capital paulista também teve chuvas volumosas, concentradas nos meses de fevereiro e outubro, e termina o ano com 'saldo positivo' de precipitação. Especialista diz que cenário teve impacto do fenômeno El Niño e das mudanças climáticas.




A cidade de São Paulo teve neste 2023 o segundo ano mais quente de sua história recente, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), contabilizados desde 1961. Até esta sexta-feira (29), foram 108 dias com temperaturas iguais ou maiores que 30°C.

Dos 11 primeiros meses do ano, cinco tiveram desvios relevantes nas médias de temperatura, com destaque para setembroquando uma onda de calor atingiu parte do Brasil, elevando em 5°C a média das máximas na capital paulista.

A maior temperatura do ano, contudo, ocorreu em novembro, por dois dias seguidos, e foi de 37,7°C. O valor foi o segundo mais alto já registrado no município, ficando atrás apenas dos 37,8°C marcados em 2014, ano da crise hídrica, que detém também o recorde de ano mais quente de São Paulo, com 114 dias de calorão.

Além do calor intenso, 2023 também foi marcado por chuvas volumosas na "terra da garoa". Os meses de fevereiro outubro são os grandes responsáveis pelo excedente hídrico de quase 400 mm que São Paulo contabiliza neste fim de ano. Neles, os índices de precipitação acumulada ficaram 66% e 180% acima das médias históricas, respectivamente.


Volume mensal de chuvas em São Paulo

Fevereiro e outubro foram os meses com maior desvio na capital paulista








Para o maior sistema de represas que abastece a Região Metropolitana, o Cantareira, a grande quantidade de precipitação neste ano foi positiva. No início do ano, ele tinha apenas 42,8% de seu volume preenchido, índice que chegou a atingir 85,7% em abril e se encontrava em 72% na manhã desta sexta.

Segundo o professor Pedro Côrtes, do programa de pós-graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo (USP), dois fatores influenciaram no cenário vivido pela capital neste ano: o fenômeno El Niño e as mudanças climáticas.

  • El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal e persistente das águas do Oceano Pacífico na região da Linha do Equador, alterando os padrões do transporte de umidade e, consequentemente, o regime de chuvas em algumas partes do mundo;

  • As mudanças climáticas são provocadas por eventos como desmatamento descontrolado e emissão excessiva de poluentes na atmosfera, que levam ao aquecimento do planeta e intensificam a atuação do El Niño.

Dados da Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) divulgados em novembro já apontavam uma alta de 2,1°C na temperatura do Pacífico Equatorial.

"As pessoas podem pensar 'poxa, 2°C é pouca coisa', só que a gente está considerando uma massa muito grande de água. Para elevar essa quantidade de água em 2°C precisa de muita energia (térmica) e isso acaba refletindo na atmosfera. Então, como tem muito mais energia envolvida, os eventos climáticos ocorrem com muito mais facilidade", explica o professor.


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